terça-feira, 9 de abril de 2019

Indique um filme ao ministro Moro

Os últimos dias estão cheios das gracinhas do ministro da justiça Sérgio Moro. “Se não der certo, a culpa é do Bolsonaro”, “Este Twitter é mesmo meu”, participação em programas pop de entrevistas e fotos trabalhadas no empertigamento até o talo...

E enquanto exibe um calendário da Caixa Econômica como se fosse espada de samurai ou o santo graal, o ministro Moro, fãzão do Homem-Aranha, diz que precisamos combater o crime nacional com agentes infiltrados. 


Claro. No país em que um músico e uma técnica de enfermagem são alvejados pelo exército com 80 tiros. Foi engano. O músico morreu. O filho do casal, de 7 anos, também estava no carro. Mas foi um engano. Um dos fardados teve tempo de rir da mulher, que gritava desesperada. Desculpe, foi engano.

Então... 

Teria Moro assistido também àqueles filmes em que sinistros chefes de Estado estimulam crime, violência e ação de milícias? Nós já. Na tela e na vida. Será que já assistiu àqueles outros filmes sobre um sistema apodrecido da base ao topo? Com policiais, governantes e juízes midiáticos tão misturados à bandidagem que fica difícil desatar o enrosco? 

Não? Pois fica aqui uma indicação: Serpico, dirigido por Sidney Lumet em 1973. “A história do homem mais perigoso sobre a Terra: um policial honesto”. Al Pacino como protagonista. Spoiler: não tem final feliz róliudiano como é do gosto do magistrado, mas é “filme norte-americano com agentes policiais disfarçados”, blablablá, theatrical trailer setentão vintage...
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E de onde saiu esse, tem mais um monte. Incluindo um documentário sobre Frank Serpico, entrevistas com o próprio, de dois anos atrás.


Se o ministro se guia pelas referências cinematográficas, que sejam, né?