quinta-feira, 21 de abril de 2016

Prince (1958-2016)






 
(Prince em 03:25)
 

Não há dignidade nesse risinho...

Pra variar, moçada fazendo amálgamas tolos e jogando com a desinformação (coisa que se dá em todo e qualquer ponto do espectro político). Nos últimos dias, a afronta do deputado Bolsonaro a conceitos como democracia, respeito e inteligência, fez com que se multiplicassem na virtuália diversos relatos de ex-presos políticos das décadas de 1960 e 70. Aqueles relatos dos quais muitos preferem não tomar conhecimento, com a justificativa de que as pessoas então presas e torturadas não defendiam uma democracia pura e simples, mas a “ditadura do proletariado”, por exemplo. 

E aí, um primeiro nó a ser desfeito e não apertado a ponto de se arrebentar. Houve quem defendesse ditadura do proletariado; houve quem defendesse a ideia ampla de democracia; quem lutasse contra desigualdades; quem não aceitasse ter suas liberdades interrompidas. Tudo isso gerou as mais diversas formas de militância, intervenções sociais e adesões.  Nunca houve, na oposição à ditadura militar, um pensamento único, dirigido por um grupo apenas ou representado somente por algumas lideranças. As ações foram muitas, fruto de múltiplas reflexões, com visibilidade e resultados diferentes – dentro, é claro, dos limites impostos por uma ditadura latino-americana dos anos 60-70. O balanço do período e a autocrítica das pessoas envolvidas se fizeram de várias formas, angariaram simpatias e críticas.   

Seja como for, não é porque se tem críticas a determinadas posturas e ações que se pode defender a violência de Estado contra indivíduos, certo? Essa defesa é criminosa, obscurantista e reflete uma vontade de aniquilamento de quem tem ideias diferentes. Coisa de quem é incapaz de raciocinar sobre diferentes contextos, de compreender a diversidade das dinâmicas sociais em diferentes tempos e espaços. Para estas pessoas, imediatistas, o que vale são os próprios referenciais, a própria vida, aqui e agora. Tudo o que ultrapassar essa cerquinha estará, forçosamente, errado. Toda reflexão, colocação em perspectiva e vontade de compreensão é vista como defesa pura e simples daquilo que não aceitam. “Ou você está comigo ou está errado”.

E claro, isso dito por meio de subterfúgios, com indiretas e muita condescendência. Porque fica difícil sair defendendo Bolso e sua caterva salivante sem ser associado ao que há de mais ralé em termos de visão de mundo. Então, tenta-se fazê-lo em evasivas, buscando não comprometer seus espacinhos, temendo perder algo ou serem reduzidos à própria mediocridade. Mas creiam-me: não está funcionando. Afinal, falta certo aprimoramento de referências, certa sofisticação de raciocínio. Isso não é elitismo, é trabalho intelectual efetivo – e não é para fracos.






Recato & domesticidade


domingo, 17 de abril de 2016

Previsão do tempo: semana começa em Sucupira


Teve quem dissesse que Dias Gomes, autor de O Bem Amado, tinha uma pegada de realismo fantástico. Já eu, acho que o dramaturgo era praticamente um documentarista...



O episódio completo aqui (ou em qualquer noticiário nacional).