terça-feira, 29 de novembro de 2016

Molotov




Parlamentares em coquetel. 
Quem não comemora, lado de fora
Oposição é caso de polícia
não de política.

Classe-média informada formatada vê
Que depredaram dois carros. 
Que picharam a parede. 
Que quebraram o vidro. 
Sabiam!

Oposição é distúrbio
E cultura política
– participação, estudo, trabalho –
anula-se no berro
Cala boca, baderneira!

Não argumentam
não me perguntam – só sabem
a TV mostrou. 
Alguém virou o carro. 
Alguém jogou a pedra. 
Alguém usava máscara. 

Na dúvida, trancar a vidinha
sem grandes possibilidades.
Aplaudir o coquetel. 
Aplaudir a rapinagem. 
Quebrar o país, só por vias institucionais.
Oficiais.
Patrimônio vandalizado é vidro quebrado. 

Querem ordem. 
Não justiça nem solidariedade. 
Igualdade-liberdade é samba enredo
slogan de padaria francesa – très chic. 


Deixa vir o asteroide!

No final dos anos 90, meu amigo Chiquinho tinha uma teoria, ou melhor, um mito de destruição, que falava do Grande Pai Asteroide. Este voltaria a Terra, levando consigo toda a humanidade. Em resumo: asteroide se choca contra o planeta, morremos todos. 

Entra década, sai década, essa teoria/mito permanece:

Tá. Mas aí, a gente olha pro lado e reavalia a necessidade dessa prevenção, né?


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Francamente?
 Que venha o asteroide! 
Será falha humana, de toda a forma.

😱 


O caneco do dia vai para o Diário Catarinense e sua síndrome de
“é nóis, estamos protagonizando, mesmo que seja com tragédia”. 

 🚯



segunda-feira, 7 de novembro de 2016

Volta pra PQP!

A moça entra no elevador. Na sua sacola se lê ONU Mulheres. O vizinho a “xinga” de comunista, diz que os militares deveriam voltar para matar "esse tipo de gente". O moço sai com a camiseta do desenho animado: estrelinha amarela, fundo avermelhado. Ele é xingado na rua: petralha!. Pessoa de bicicleta na ciclovia. Xingada: "volta pra Cuba, comunista!". Aluno critica autor que nunca leu: “é comunista, não leio”. Professor universitário sentencia que só há racismo porque falamos demais sobre o assunto. O outro não mede palavras para dizer que mulheres precisam saber se vestir – afinal, “nada mais ridículo que uma mulher sem noção”. Criaturas que foram pra rua berrar pelo impeachment, panelar contra a corrupção, as cotas, as bolsas: envolvidas em fraudes até o pescoço – afinal, se a fraude beneficia “minha família”, tá valendo; corruptos & bandidos são os outros.  Alunos preocupados com políticas públicas para a educação, com a infraestrutura das escolas, com os processos ensino-aprendizagem: “vagabundos, manipulados!”.

Aaahhh, são apenas casos isolados.
Isolados? Apenas?
Precisamos de quantos 'apenas' para criar um padrão?
De quantos 'isolados' para formar uma multidão?
Vamos pagar pra ver?
Até o limite do tarde demais?