sábado, 27 de dezembro de 2014

Wand News: a governabilidade petista

por Jornalismo Wando


Enquanto Lobão e seus parceiros de luta da nova direita acusam Dilma de comandar uma ditadura comunista, a esquerda e parte da militância petista acusam-na de compor um governo reacionário.
É que a presidenta escolheu ministros conservadores cercados de polêmicas.

Vejamos alguns nomes que estão formando o novo time de Dilma:
Agricultura: Katia Abreu (PMDB) - apesar de ser representante do agronegócio e fã de Reinaldo Azevedo, a peemedebista já acusou Rodrigo Constantino de “reacionário”, “terrorista” e “fascista”. Depois da indicação de Dilma, Katia passou a ser considerada uma "traidora" pelos ruralistas. Uma camaleoa que se adapta muito bem ao tropicalismo da política nacional. 

Cidades: Gilberto Kassab (PSD) - ex-prefeito de São Paulo que já foi oposição ao governo, mas hoje é aliado e diz que não é de direita, nem de esquerda, nem de centro. Mas todo mundo sabe que é de direita. 

Educação: Cid Gomes (PROS) - apesar de ter feito bom trabalho na área quando comandou a prefeitura de Sobral (CE), o ministro do PROS quando governador Ceará soltou essa: "Professor deve trabalhar por amor, não por dinheiro" - uma frase normal se não tivesse sido dita em meio a uma discussão salarial com professores. 

Pesca: Helder Barbalho (PMDB) - vice-presidente do PMDB, filho de Jader Barbalho e acusado pelo MP de desvio de verbas quando era prefeito. 

Esportes: George Hilton (PRB) - pastor da Igreja Universal e deputado conhecido pela defesa da “família tradicional”. Foi expulso do PFL após ser flagrado num aeroporto com 11 malas contendo R$600 mil doados por fiéis. O Ministério dos Esportes entrou na cota de Edir Macedo em pleno ano de Olimpíadas.

Não há como negar o forte aroma de chorume que vem dos novos ministérios de Dilma. Mas o espanto exagerado de certo setores da esquerda também não fica muito atrás. Até parece que estamos diante de uma grande novidade.

Vejamos: Dilma se reelegeu por uma coligação composta pelos seguintes partidos: PCdoB, PMDB, PSD, PP, PR, PRB, PDT, PROS e PQP. Ou seja, uma coalizão majoritariamente conservadora, que faz o governo pender muito mais pro centro do que pra esquerda. Parece que o tal bolivarianismo governista só existe mesmo na cabeça dos reacionários mais complicadinhos e de esquerdistas mais sonhadores 

Juntos, PT, PDT e PC do B - únicos partidos identificados com a esquerda nessa mega coligação -, têm na Câmara apenas 106 deputados num total de 513. Com a eleição do congresso mais conservador desde 1964, e dentro de um cenário em que há uma passeata por semana pedindo seu impeachment, não dá pra ficar tão surpreso com o pragmatismo que norteou as escolhas de Dilma. 

Enquanto não houver uma reforma política que evite esse tipo de composição esquizofrênica, os minutos de TV na campanha eleitoral e a governabilidade continuarão influenciando decisivamente na composição dos governos.

De qualquer forma, presidenta, não há governabilidade nesse mundo que justifique um George Hilton.

quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

Vá pra Cuba! (e me traga uns mimos)


Meldels, e agora? O que vai ser do povo diferenciado/phyno que fingia estar se exilando em Miami? O que será da classe média que marcha-com-deus-e-a-família pela reprise do Amaral Netto no Canal Viva? Como ficarão os marqueteiros que phocam no target, os fãs de Messias Bolsonaro e o povo todo trabalhado no civismo, que visualiza “perigos comunistas” até quando dorme? Já dá pra chamar a ONU? Dá pra pedir asilo em outro continente, porque a revolução bolivariana já chegou e vai arruinar os natais dos brasileiros-revoltadões? Reynaldos, diogos, villas, maristelas e cantanhêdes da vida xatiados. Pôxa... 

Moçada morrendo de sunga branca. Literalmente.






#NossaFamíliaExiste




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terça-feira, 16 de dezembro de 2014

Manchetes que me confundem...





O que isso significa exatamente? 

?

Vaivém de velocidade?

Imprensa nacional delira quando pode se trabalhar toda no protagonismo.

Viva mais, melhor, ilumine-se e entenda a vida como algo que “se gasta”.

Moçada tá ganhando por quantidade de verbos nas frases?

Oi?

Sim, pois tudo pode piorar.

Rá! Precisa dizer algo mais?

(Folha e Estadão)

As seguintes nem chegam a confundir; trata-se de nocaute puro, sem rodeios.
A você, resta calar boca e “conferir os famosos que reataram”. Tá?


(Gazeta do Povo)

segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

Esquerda caviar??? (por Rosana Pinheiro Machado)




Manifesto sobre a esquerda caviar

Rosana Pinheiro Machado

Não, eu não vim aqui defender as ovas de peixes. Isso seria tão ridículo como insultuoso. Mas sim, eu vim aqui reivindicar a abundância, a distribuição de renda e o direito ao prazer.

O termo “esquerda caviar”, ao tentar associar a esquerda ao voto de pobreza, não é apenas intelectualmente falho, como também é moralmente desonesto. A expressão procura vender a ideia de que a esquerda deveria ser paupérrima, uma vez que defende um regime igualmente paupérrimo. Dupla mentira.

Para quem orquestra essa ideia, o objetivo é requentar velhas mitologias que procuram espalhar o medo, conter a identificação com o socialismo e deslegitimar seus integrantes por meio da acusação de um comportamento contraditório. Quando alguém te chama de esquerda-caviar, esta pessoa está amedrontada, mas também revoltada pelo sentimento de uma suposta traição de classe.

Para começar, eu gostaria de retomar uma frase citei no passado, a qual causou alvoroço entre alguns setores da direta: "a pobreza é uma invenção do capitalismo". Acrescentei, ironicamente, que, se essa afirmação é válida, faz todo o sentido ter uma direita-coxinha e uma esquerda-caviar. Não é de admirar que, após esse tipo de declaração, além do cliché de me mandar para Cuba, tive que enfrentar uma verdadeira caça às bruxas, com direito a telefonemas em meu local trabalho, caixa de e-mail lotada de insultos, vida pessoal vasculhada, fotos expostas, ameaça de estupro e o sincero desejo de que eu morresse – pobre e podre – na Coréia do Norte. Foi aí que entendi que não se toca em pontos sensíveis impunemente...

Ao associar a pobreza ao capitalismo, eu não apenas questionava o monopólio do deleite – que a direita usa como trunfo simbólico para vender o sonho da distinção (a cenourinha inalcançável que se coloca lá na frente na corrida de classes) – , como também lembrava que esse sonho, inescapavelmente, apenas se concretizaria entre muitos poucos. Afinal, a pobreza – para qual toda a esquerda deveria sacramentar seus votos –, é uma condição necessária da desigualdade estrutural do capitalismo global: a miséria de muitos sustenta a riqueza de poucos.

Teria sido interessante, àquela altura, ter repassado a lição que aprendemos na oitava série: a de que o bem-estar dos países ricos foi construído sobre espoliação violenta – física e psicologicamente – de continentes inteiros, de povos nativos que desconheciam a miséria e que se mantinham por meio de regimes autossustentáveis e autorregulados. Mesmo com o fim do colonialismo, as formas de dependência econômica e cultural continuaram agindo para manter um aparato de intervenção sobre a pobreza que, em última instância, visa o seu controle disciplinar e a sua manutenção. Infelizmente, não há nenhuma previsão de que o mundo esteja mudando positivamente neste sentido. Ao que tudo indica, estamos adentrando em um dos piores cenários já produzidos pelo capitalismo global.

O resultado desse sistema que se regenera e se renova e é o aumento da produção da riqueza e a pobreza concomitantemente. O mundo nunca foi “tão rico” e desigual. Segundo o último relatório da Credit Suisse, nos últimos dez anos, a riqueza global dobrou (USD 263 trilhões). O problema é que a desigualdade também é recorde: 1% da população mundial detém praticamente 50% dessa riqueza. Essa fotografia que vai ao encontro do badalado relatório da Oxfam de 2013, que constatou que 85 famílias detêm a mesma renda que 3,5 bilhões de pessoas, isto é, a metade da população mundial.

Temos, hoje, evidências poderosas de que a desigualdade é extrema e crescente. O modelo vigente é duplamente falho, seja porque é insustentável e destrói os recursos naturais do planeta, seja porque é incapaz de lidar com a miséria que ele mesmo produziu. Mas há quem prefira viver na fantasia dessa riqueza virtual. Ao contrário do argumento liberal – de que a riqueza produzida gera mais riqueza em forma de crescimento econômico, trabalho e oportunidades – o capital não tem retornado ao mercado, mas tem se concentrado nos cofres privados de poucas famílias, o que nos leva a uma forma de capitalismo patrimonial, como mostra o economista Thomas Piketty.

Em vez de promover uma apologia à pobreza, a esquerda reivindica a distribuição de riqueza e o direito a abundância, que é gerada tanto pelo trabalho coletivo tanto pela própria natureza.

O imaginário da esquerda “franciscana” é totalmente equivocado porque vai de encontro ao o próprio princípio da luta de classes: de que é preciso encontrar um equilíbrio entre os poucos que têm muito e os muitos que têm pouco. O direito ao prazer deve ser uma bandeira central no socialismo também porque isso vai contra a cultura cristã ocidental que valoriza o sofrimento, a punição e a culpa, resultando na subordinação do mundo material ao imaterial. A luta é pela possibilidade de corpos mais livres, por experiências sensoriais diversas e por menos biopoder. O problema, portanto, não é – nem deve ser – o desfrute da vida, dos sabores, dos cheiros, das texturas, dos lugares. O problema é justamente a privatização dos prazeres.

Para alguns, o direito ao deleite tem sido a bandeira do lulismo, que se caracteriza pela a inclusão dos setores populares na sociedade de consumo. Para mim, trata-se de coisas diferentes. Esse modelo de consumo desenfreado que se baseia na acumulação de bens é insustentável. Eu me alio aos movimentos de compartilhamento e aos teóricos do decrescimento econômico, pois acredito que seja possível perseguir de estilos de vida mais humanos e recíprocos em economias de dádivas, que possam culminar em plenitude física e material.

Dito tudo isso, por fim, parece-me que diante de um mundo em que 85 famílias concentram a metade de renda global, preocupar-se com a marca do computador de Leonardo Sakamoto ou com o restaurante que Gregório Duvivier frequenta é um ato não apenas de mesquinharia, mas também de covardia intelectual. Afinal, é preciso muita coragem para imaginar e lutar por um mundo fora de nossa casinha e zona de conforto. Grandeza e ousadia epistêmicas são qualidades necessárias para enfrentar o monstro gigante que detém uma centena de trilhões de dólares.

sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

“Quem não conhece a história está condenado a revivê-la”

A frase é do filósofo alemão, aquele das barbas brancas, que causa pânico em quem nunca o leu ou não entendeu – por falta de oportunidade ou por falta de capacidades intelectuais. Outro filósofo, J. Santayana, também é citado por ter escrito algo na linha. Em obras literárias, essa ideia já aparece, desde que o passado se tornou tornou objeto de estudo e as pessoas começaram a experimentar um tempo que parecia estar se acelerando. Os antigos cultuavam a memória e faziam seus referenciais passarem de geração em geração pela repetição.

Seja como for, a ideia de que certas coisas precisam ser conhecidas, a partir de fontes de informação de qualidade, é algo que já paira por aí há tempo suficiente para não deixar desculpas quanto à ignorância ou à escolha pela informação marca-chinelo.

Então, algumas coisas devem ser conhecidas e trazidas a público, sim. Porque se referem a viventes brutalizados, em diversas situações e por diferentes motivos, e para que não se repitam. Porque o outro dessas histórias um dia será você. Que poderá ser brutalizado pelas ideias que agora você julga corretas e com as quais quer calar quem pensa diferente. Mas você já pensou que um dia poderá ser o outro de alguém em posição de julgá-lo (a)? E condená-lo (a)? Com sanções nem sempre legais. Afinal, como defende você, mesmo que com outras palavras, os fins justificam os meios – levado a cabo e defendido em sua essência, é o tipo de ideal que, um dia, vai acabar pegando você. A cobra que morde o rabo. 

E aí, não vai ser suficiente se declarar como pessoa de bem, pois quem decidirá sobre isso terá outros referenciais, diferentes do seu. Mas aproveitará a ideia que você ajudou a reforçar e a elevar a categoria de lei: quem não pensa como eu, deve ser punido; quiçá eliminado. Em essência, parecia funcionar tão bem, não é mesmo? Algo para manter a ordem e a moralidade. Você só se esqueceu de pensar que um dia, as suas ideias podem se tornar contrárias à ordem e à moral de outros contextos. O que fará com que você tenha que se calar ou pagar o preço de se atentar contra elas. Das mesmas formas pelas quais você tanto defendeu, por ignorância ou incapacidade de raciocínio.

Não se trata de destino, de carma ou coisas nessas linha. É questão básica de probabilidades. De conhecimento da materialidade da vida. Talvez até o eterno retorno, como imaginou outro filósofo alemão.

Assim sendo, SURPRESA!!!!conheça verdadeiramente o que você está defendendo nas três indicações abaixo. Não pare no título da reportagem, imaginando que já sabe do que se trata. Tenha coragem e leia até o fim, afinal, é isso que você identifica como desejável, como bom. É isso que você tenta desculpar “em alguns casos”, afinal, “não é bem assim”, “não vamos exagerar nem generalizar”. Conheça como o seu desejo se manifesta, na prática.

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segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

Empresários, otários & oposição


Didático, de periódico certificado por leitores “de bem”. Leitura obrigatória para quem ainda imagina que a palavra empresariado seja sinônimo, simples e automático, de desenvolvimento, criação de empregos, benefícios sociais. Igualmente indicado a quem dá ouvidos a paranoicos e velhacos que propagam que a corrupção no Brasil se iniciou em 2003...








terça-feira, 2 de dezembro de 2014

Nico Fidenco
Guido Renzi
Sergio Endrigo

Educação: quando estúpidos posam de especialistas

Me dá sempre aquela vontade de chorar godê quando leio e ouço vivente que nunca ralou numa sala de aula, por um tempo considerável, dar palpites e apontar as soluções para a educação nacional. Há os que exigem qualidade na educação pública, escola para todos, mas é para que pobre saiba seu lugar, fique quieto e não choque os sensíveis com toda sua falta de classe – principalmente agora, que os aeroportos obrigam a um mistifório da moçada, fazendo com que narizes vencedores tenham que dividir o mesmo ar com os rudes.

Existem os iluministas reaças, por mais esquisita que a coisa pareça. Você os detecta em 5 minutos de exposição de ideias: é um povo estudado-lido, como diz Lovelet, mas nada tanto assim. O suficiente para enumerar referências aceitas como “eruditas”, listadas com uma entonação, um rolar de olhos e uma erguida de nariz cafonas pra caramba. Pessoa se vê numa poltrona de couro, lareira acesa, conhaque em movimento centrífugo e tals. Costumam citar a Europa, repetir mediocridades do tipo “o berço da civilização” e “pergunte se na Suíça alguém sai de chinelo na rua”. Esses adoram desfiar lamentos sobre o fracasso da educação atual, que no tempo do “siga o modelo”, pelo menos a gente aprendia a escrever e dizer Villegagnon. Tá?!

E, claro, chamando pra si o frescor do recém-criado, do neo-pós-moderno, do jamais visto, os saltitantes emebiêis e marqueteiros, com suas representações gráficas de ponta (em termos de tecnologia, não de conteúdo, bem entendido), suas expressões num inglês mal-talhado e conceitos “educacionais” como competitivo, agregadorde olho no mercado, formação de campeões, cardápio de escolhas e demais termos que embrulham estômago de quem se formou professora em Instituto de Educação no século passado.

Minha dúvida é: em que buraco negro de um quadrante desconhecido este lixo pode ser considerado Brasil que dá certo?


Patrocinado por:

(Folha)

Sério: não iam todos pra Miami?



segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

Manchetes que me confundem...




Da Gazeta do Povo.
 Pra mim, isso parece roteiro de filme do Zé do Caixão...

Diálogos do além...


Da Folha online
Nesse caso, o que fazer: passamos ao largo e fingimos que não vimos?
(e uma ajudinha ao redator, professor Pasquale?)

O público será selecionado por altura?

Oi?!


Do Diário Catarinense
Nunca provoque o risco...

Quantas são as pessoas envolvidas no caso?


Da Fôulha edição impressa
Pesando a mão nas conclusões genealógicas...
Tudo é bom para garantir um é nóis no título!



Em tempo: falando em é nóis!, como é que o Daily Catarinense deixou passar essa aqui sem alarde? Oras! Historiadores da UFSC dominando a cena!