sexta-feira, 3 de março de 2023

Dilbert: a gente já sabia...

 Lá pelos anos 90, a Folha publicava na seção de quadrinhos o Dilbert, de Scott Adams. Eu detestava o Dilbert, não conseguia entender por que certas pessoas gargalhavam com aquelas as tirinhas (ficava com aquela cara de tá e daí?, ajudando a engrossar minha reputação de radical-implicante). 

Para completar meu rebaixamento à série B das criaturas incapazes de decifrar ironia, me explicaram com uma condescendência de altezas que eu não era capaz de entender o Dilbert porque não conhecia o “ambiente corporativo”.

Tenho uma vaga lembrança, nos anos 2000, de notícias sobre elogios a essas maledetas tirinhas, muitos e constantes, mas que eram produzidos pelo próprio autor – desmascarado pelo IP... quando algoritmo era tudo mato. “Não é nada que tire o requinte desse humor”, me lascaram no meio da cara, com narizes torcidos. Ok.

De volta à atualidade, Scott Adams é criticado há anos por seu apoio a Trump e falas anti-vacinas, entre outras. E agora, parece que o racismo descomplexado – livre, leve, solto e podre – tem batido cartão mais ostensivamente nas redes sociais do sujeito. Elon Musk saiu em defesa, reforçando o jogral do mitológico “racismo reverso”, que só faria alimentar o ódio contra homens brancos-ricos-bem-sucedidos-e-cansados-de-perseguição. Tá.

Enfim, lembrei da história vendo esta charge do genial Benett.

 
Mas tudinveja, certamente... Coisas de quem não conhece ambiente corporativo, não é mesmo?