quinta-feira, 31 de dezembro de 2020

Prêmio “Pessoa Corrupta do Ano”

O Organized Crime and Corruption Reporting Project’s – Projeto de Reportagem sobre Crime Organizado e Corrupção – é uma associação jornalistas investigativos de várias partes do mundo que todo ano elege uma personalidade/instituição que tenha realmente contribuído para o avanço da corrupção e do crime organizado. Já “premiaram” Putin, Maduro, Duterte, Erdogan, Trump, entre outros. Adivinha quem recebeu o maior caneco em 2020? Pôxa-que-surpresa-né-como-poderíamos-saber-e... Não, pera!

 


Títulos que amamos – Marcos Nogueira, FSP

 


Legalização do aborto na Argentina

O importante não é saber se eu sou contra, a favor, se faria ou não, se minhas crenças condenam ou aprovam. O que eu penso, individualmente, não conta, pois o importante é que mulheres que precisem do procedimento possam fazê-lo de forma segura, descriminalizada e fora de uma discussão moral.

 Argentina retoma luta pela legalização do aborto - CartaCapital

Não tem humor, não tem leveza

“Nossa, vamos falar de coisas positivas”... “Não deixe o clima baixo astral falando da pandemia e de política”... Faço minhas as palavras da microbiologista Natália Pasternak no vídeo aí embaixo. Porque a pandemia não vai terminar na base do pensamento positivo. Porque dizer “eu tomo todas as precauções” não vai barrar a contaminação de quem continua a fazer merda, “brindes à vida” e a agir como se a pandemia estivesse longe, no cotidiano dos outros, não no seu próprio. Porque a “era de aquário” não está começando (nunca vai começar, aliás). Porque orações não dissolverão o vírus. Porque não receberá vacina antes quem teima em passar pano para o parasita asqueroso que ora ocupa o Planalto; e nem quem finge que não o ajudou a chegar lá ou que não ajudou a disseminar negacionismo e fake news.
 

 
 

segunda-feira, 1 de junho de 2020

Das cavalgaduras e dos cavalos

🐎 Todo fascistelho digno do nome garra gosto em se mostrar a cavalo. Putim passeia pelas estepes montado em seu baio, cruz dependurada no torso nu (visão do inferno); Kim Jong il fez ensaio fotográfico cavalgando, livre, leve e solto, num cavalo branco pelas neves do Monte Paektu (uma coisa meio disney); já Gurbanguly Berdymukhammedov, à frente do Turcomenistão, além de montar também participa de corridas. Podemos dizer que vem dele a melhor ilustração sobre o que acontece com tiranos dessa laia, quando menos se espera... 




Em tempo: cavalos não tiveram escolha, ao contrário de eleitores brasileiros 2 anos atrás. 🐎

sábado, 7 de março de 2020

Cavalgaduras em cruzada


Vivemos tempos de pastiches do medievo bastante cagados peculiares, repletos de cavaleiros, cavalgaduras e cruzadas bisonhas. Depois do piá de prédio, o cruzado de apartamento irrompe no cenário nacional, anunciando suas fontes de inspiração...


L'armata Brancaleone (M. Monicelli, 1966)

 

Les visiteurs (J-M. Poiret, 1993) 



Jabberwocky (T. Gillian, 1977)

 

The Adventures of Robin Hood (M. Curtiz/ W. Keighley, 1938)

Num cenário mais feitincasa, buscando uma aproximação espaço-temporal, certeza que sobrou um espacinho no coração para o nosso brioso Pedro I, esculachando as cortes portuguesas na beira do corguinho.

 

 Independência ou Morte (C. Coimbra, 1972)
 

sexta-feira, 6 de março de 2020

Cuidado com os idos de março e o “feliz dia da mulher”


Aberta a temporada do “você, mulher...”, “parabéns pelo seu dia” e patacoadas no estilo, além dos indefectíveis descontos no workshop de pão de queijo (para transformar o lanche em família numa festa),  na limpeza de pele (para ressaltar ainda mais a sua beleza) e nas seleções de bolsas e sapatos de salto gentilmente organizadas por marcas que sabem que tudo o que você, mulher, precisa é valorizar a autoestima.

Assunto novo isso não é, mas precisa continuar sendo martelado na medida em que uma data para ressaltar a luta por direitos e trazer à luz combates históricos continua sendo apropriada pelo comércio e esvaziada de seus sentidos políticos, sociais. Já ouvi vááárias vezes o quanto isso é coisa de recalcada-feminazi-solteirona-feia-invejosa  [ACRESCENTE AQUI A QUALIFICAÇÂO MACHISTA DE SUA PREFERÊNCIA] afinal, estão nos fazendo uma gentileza! Aqui e ali, nos dão parabéns, oras! Levanta a mão quem já teve a própria beijada pelo colega que faz mesuras de cavalheiro, para intensificar a homenági. O post brilhando com rosas de glitter já pipoca cedo, junto com poemas duvidosos falsamente atribuídos a Drummond, Quintana ou qualquer outro que atenda pela pecha de poeta (porque mulher e poesia combina que é uma beleza, vocês sabem). E, claro, declarações de mulheres sobraçando um cento de rosas vermelhas dizendo que é feminina e não feminista e que gosta sim, de ganhar flores.

Daí a gente explica pela giganésima vez que não há problema algum em usar salto, gostar de flor, batom, receitas, costura, bdsm, seja lá o que for, desde que seja escolha. O problema é apagar debates necessários e urgentes esvaziando-os do seu sentido original e reduzindo-os a imagens inócuas, infantilizadas e altamente comerciais como dia das crianças, por exemplo.

Então, buscando recuperar o sentido que teimam em querer extinguir ou simplesmente negar, dia 8/3 é um marco, uma lembrança internacional sobre a necessidade de paridade, de garantias, de proteção social, de leis, de punições a quem as descumpre; é sobre a necessidade de se retirar o debate religioso das políticas públicas voltadas às mulheres, de se retirar a aura de amor romântico das possessividades violentas, dos crimes; de parar de culpar mulheres (héteros, lésbicas, cis, trans) pelas violências a que são submetidas.

Mas enquanto a gente puxa de um lado para que essas questões ocupem o “horário nobre” do debate, tem quem puxe a outra ponta sublinhando nossa chatice, falta de sensibilidade e a mania de ver tudo pelo lado negativo (levanta a mão também quem já ouviu dessas). Piooooor, o colega disquerda que insiste na ladainha de que essa discussão é pauta identitária destruindo a esquerda e a maria-mole rosa (com pitadas de “até pegaria feminista, mas só tem feia” ou “mulheres não valorizam homens sensíveis e inteligentes” – levanta a mão...).





Bonus track da passação de vergonha machista: profe universitário revirando os olhos, “agora não dá mais pra fazer uma gentileza a uma mulher, que a gente já leva um coice”. Claro, professor, nossa tarefa é ficar à espreita de um homem gentil para humilhá-lo publicamente, aos gritos loucos, de preferência atirando nele coletores menstruais – sim, essa imagem e similares são mais do que evocadas nesses idos de março, começando por tias deste Trator que aqui escreve.

Manual de instruções: presente, todo mundo adora receber. Não precisa de data, mas corresponder ao gosto da pessoa em questão, certo? Quanto à gentileza, digamos que é condição sine qua non para a interação humana de quem já desceu da árvore e se equilibrou sobre duas patas, assim como defender políticas públicas de qualidade e justiça social. É básico. Agora, arremedo de poema ruim com flores e corações ninguém merece. Por favor.








quinta-feira, 13 de fevereiro de 2020

#tbt


O “dia da marmota” nunca acaba em terra brasilis
Eleitoral 
Comportamental 
Disfuncional.
Sonrisal!




Ausência de espinha dorsal facilita a passada de pano


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Flagrante photographico do exato momento em que uma passada de pano se articula. 

Pois para cada mau caráter a frente de um ministério haverá comentadores de fatos a esmiuçar o desimportante, a gaguejar platitudes e a disfarçar simpatias sob um suposto 'equilíbrio técnico' na análise. Sobram silêncios coniventes, espirais explicativas que se contorcem e se repetem até o vazio de sentido, vozes doces, bater de pálpebras, koleston-marrom-chocolate em costeletas e topetes-tiozão, sapato 'social' de bico retorcido. 

Do lado de cá da tela, viventes detectando o Manifesto Comunista por trás desse mingau de maisena e sacarina vendido como jornalismo. 

Sim, a coisa toda está polarizada. Polarizada entre mediocridades nos extremos do mesmo eixo embaçado. Citando Hilda Hilst, 'Oscar, meus sais'.