Flagrante photographico do exato momento em que uma passada de pano se
articula.
Pois para cada mau caráter a frente de um ministério haverá
comentadores de fatos a esmiuçar o desimportante, a gaguejar platitudes e
a disfarçar simpatias sob um suposto 'equilíbrio técnico' na análise.
Sobram silêncios coniventes, espirais explicativas que se contorcem e se
repetem até o vazio de sentido, vozes doces, bater de pálpebras, koleston-marrom-chocolate em costeletas e topetes-tiozão, sapato
'social' de bico retorcido.
Do lado de cá da tela, viventes detectando o
Manifesto Comunista por trás desse mingau de maisena e sacarina vendido
como jornalismo.
Sim, a coisa toda está polarizada. Polarizada entre
mediocridades nos extremos do mesmo eixo embaçado. Citando Hilda Hilst,
'Oscar, meus sais'.