sexta-feira, 11 de agosto de 2017

Kronikas Akademikas


Que aqui no Trator se defende o ensino público, laico e universal em todos os níveis não é novidade. Desde o período pré-tratoriano, quando a criatura aqui era aluna do Instituto de Educação, mais de 30 anos atrás, com passagem pelo grêmio estudantil, união dos estudantes secundaristas e tudo o mais naqueles longííííínquos (e tão atuais) anos 80...


Sempre bom esclarecer. Pois semana dessas, na facul, moçada candidata à delegação da UNE passa nas salas para esclarecer/fazer campanha/pedir votos. Ao final, alguém do grupo toma a palavra e fala da importância de votar, participar e etc e tal. Certo ar de desdém, como quem falasse com uma legião de usuários de camisas pólo, frequentadores de Miami, paneleiros em potencial: “Não sei se vocês sabem, mas foi muito difícil reorganizar o movimento estudantil depois da ditadura” – moça com olhos dardejando. Depois, moça entre um tom desafiador e de denúncia: “Aliás, vocês sabem que teve uma ditadura nesse país, né?”.

Eu:



Entende-se, vivente começa a tomar parte das questões da existência e acredita que o planeta passou a girar naquele dia. Esse não é o maior enrosco das universidades, é só mais uma chatice. 

Problema mesmo é ouvir prof falar sobre aquisição do conhecimento, método científico e depois lascar que, dependendo do signo de uma pessoa, melhor nem desenvolver trabalho junto... Ou ainda, prof que discorre sobre o “cérebro reptiliano” como verdade científica – ora, se aparece na internet, em algum TED da vida, se vem seguido de palavras como neurociência ou pesquisas mostram é verdade incontestável, néam? Por fim, kolégue já veterano na academia numa indignação contida, pois prof questionou suas fontes de pesquisa: textos psicografados e textos kardecistas...

Tudo isso só nesta semana.



Sério. O combate pelo ensino público tem que continuar, com muita força. Mas que venha com o combate pelo ensino de qualidade. Urgente!!!!