quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

Análises do Oscar – um estudo sobre a elasticidade escrotal


Espiando aqui e ali “análises” sobre o Oscar, os filmes concorrentes, atrizes e atores premiados, a cerimônia, as piadas, o de sempre. No mais das vezes, opiniões, que, claro, têm todo o direito de existir, serem lidas, reproduzidas, compartilhadas, comentadas. Mas são opiniões. Baseadas em conhecimentos técnicos, biográficos, da história do cinema ou o que seja. 

Só que são publicadas – em tudo o que é tipo de site – como se fossem conhecimento científico de ponta. Como se poucos fossem donos de uma erudição e uma competência profissional para analisar o que a maioria não viu e fazer as relações que você jamais acreditaria que existissem. E expor tudo isso como quem chega e diz “silêncio. Eu vou explicar”. 

Certamente que a criatura encontrará muitas outras que pensam da mesma forma; assim como vai angariar simpatizantes quem disser exatamente o contrário (e também como verdade definitiva). Aplausos às opiniões virão de todas os cantos, coroando palpiteiros como gênios da análise, da cultura, das conexões jamais imaginadas e das referências que mais ninguém conhece.

Dureza é que, atualmente, esse tipo de opinião tem sido aceita como reflexão profunda e erudita em tudo o que é debate – político, cultural, econômico... Acadêmico. Repito, claro que todo mundo tem direito a expressar suas ideias e conclusões sobre o mundo. Mas dá uma preguiiiiiiiiiii ver palavrório digno de blog inexpressivo – exatamente como este Trator e sua meia-dúzia-de-4-5-leitores – ser tomado como um presente da erudição à plebe rude e sebosa. Algo que revelará o funcionamento do Universo, o 3º Segredo de Fátima e quem matou Kennedy. 

Deem-nos um tempo, “analistas” e compartilhadores de análises serionas sobre o Oscar. Reúnam-se em simpósios, em bancas, o escambau e não encham. Já a gente vai discutir o assunto em outras instâncias. O boteco, por exemplo. A partir de parâmetros tão eruditos como gostei e não gostei.