quarta-feira, 8 de junho de 2016

Juízes na “república de Curitiba” - uma balança capenga

Desde que Lula citou a infeliz expressão “república de Curitiba”, os ânimos bairristas se assanharam mais do que em dia de festival folclórico, quando se mostra que somos (nós, curitibanos) originários da Europa... A-hã. E aí, mistura-se aquela vontade de protagonizar a lemas evocando uma superioridade moral e maior capacidade de trabalho. Boa coisa não dá. Mas não dá meeeeesmo.

Tirando o fato de que o juiz Moro aí do desenhinho ficou a cara de um profe meu da facul, sobra a eterna busca por uma identidade local, que teria um caráter diferente daquele do restante do país. Afinal, só nós trabalhamos, só nós temos horror a corrupção, só nós fomos feitos de outro barro. Logo, da república de Curitiba, só receberíamos lisura e a justiça mais afiada, aquela que jamais se curva à malemolência da corrupção e do compadrio – “coisas que só ocorrem de São Paulo para cima” (frase que eu cresci ouvindo). É óbvio-pululante que nem todo mundo pensa assim naquelas plagas, mas é fato que os adeptos desse bairrismo são barulhentos e espalhafatosos.  

Porém, há vistas grossas de ufanistas quando o assunto não convém. Por exemplo, quando se refere a atos do mais puro coronelismo corporativo, vindos das idolatradas instâncias jurídicas da terra dos pinheirais:

O jornal em questão não é periódico disquerda, longe disso. Tradicionalíssimos, seus editoriais beiram o reacionarismo. Mas aí não vale, né? Fingimos que não vemos o enrosco e quem sabe ele deixa de existir...

E falando nisso, curso de extensão aí, moçada! Será que ensinam o passo-a-passo?