quinta-feira, 9 de março de 2017

Não é suficiente


Não adianta ser intelectual, apoiar um feminismo de publicidade e estampar mulher corajosa genérica no perfil do fêici, se nas suas escolhas de todo-dia ainda imperam misoginia, transfobia e homofobia. A passividade (homo) sexual usada como xingamento, o relacionamento lésbico entendido como mais um item à disposição do voyeurismo, o exercício livre da sexualidade feminina julgado como indignidade, o feminismo visto como exagero ou “manifestação errada, peraí-que-vou-explicar”, a desqualificação exercida sistematicamente por conta de aparência e gestos – nada disso é zerado só por que você se define como progressista, vanguardista, disquerda; ao contrário, soma na conta machista mais reacionária e persistente desses tempos difíceis...