segunda-feira, 15 de outubro de 2018

Magistério desgovernado



Essa aí, olhando para baixo e tentando se equilibrar no salto sou eu, recebendo o diploma do curso Magistério, em 1986 (modelito obrigatório, não fui que escolhi, tá?). Dois anos depois, comecei a dar aulas na periferia de Curitiba. Trabalhei com educação de jovens e adultos. Trabalhei numa escola particular com métodos de ensino modernos e pedagogia progressista. Trabalhei num colégio de irmãs dominicanas, que têm a educação como prioridade. Ensinei em uma faculdade e duas universidades federais. Fui professora de francês e ensinei português a refugiados sírios. Como eu, amigas, amigos e colegas têm trajetórias parecidas. Mas infelizmente, temos que ouvir, há décadas, pessoas que nunca puseram o pé numa escola pública nos ‘ensinarem’ sobre o que é melhor para as escolas, sobre como educar crianças (principalmente as pobres). Nos chamam de ‘mestres’ no dia de hoje, postam flores e poemas, mas no restante, dão joinha para escolas militarizadas, escola sem partido, creem que realmente exista ‘ideologia de gênero’ ou ‘doutrinação comunista’ em sala de aula (queria que me mostrassem onde e quando). Aí, olho para o meu diplominha do Instituto de Educação do Paraná, e lembro de minhas professoras e meus professores, há mais de 30 anos, nos dizendo que não seria fácil, nunca. Porque a briga é contra o obscurantismo, e esse não cede facilmente. 

Mas nós também não. Porque que essa luta é que nem flor que vinga em asfalto.

#Haddad13
#EleNão