sexta-feira, 23 de novembro de 2018

Medíocres do além & seus celulares ativos

Escuto muito, neste momento, que é bobagem discutir com reacionários, que não vale a pena etc e tal. Concordo. Mas há momentos nos quais você tenta fugir, não consegue e é obrigada a explicar o óbvio, a lembrar do mundo concreto em volta e buscar um fiapo de inteligência para dialogar. E não naquela perspectiva super condescendente, do tipo “deixa que eu te explico, afinal sou doutora / homem / mais inteligente / mais qualificado /especialista / besta pra carai”.

Falo de situações que você recusa porque não crê que a Terra seja plana, que “ideologia de gênero” e kitiguêi existam. Falo de não aceitar explicações irreais e surreais sobre a “lei ruaney” (sic, ou melhor, sick), sobre as universidades federais como antro de doutrinação (qual?), sobre torturador de mulheres grávidas ser considerado herói nacional, sobre o aquecimento global ser opinião de esquerdista ou sobre o método-paulo-freire (que também não existe) estar incrustado na escola pública.

São tacanhices atiradas na sua cara enquanto se exige respeito a elas. E não em guetos específicos que se evitam, mas no todo-dia, no trabalho, no busão, vindas do chefe, de colegas, da família. E agora, na rua, de pessoas-de-bem aleatórias, trabalhadas no combo celular filmando + mediocridade. Medo.


 
😱

Bonus-track: esta pessoa-de-bem aí embaixo é exemplar. A dissociação total entre o que se passa no mundo concreto que ela registra e o que ela consegue enxergar é impressionante. Vê-se a criatura reagir à deformação criada por seu cérebro carente de sinapses (ainda tô na dúvida se não é humorista...)


💀