Vendo Magnífica 70 e pensando que Nelson Rodrigues foi praticamente um Sérgio Buarque de Holanda quando o assunto era a marcha da família brasileira pelos valores morais.
Quero dizer, assim como Sérgio Buarque escreveu o fantástico Raízes do Brasil, ponto de parada obrigatória para entender nossas origens sociais, Nelson Rodrigues tornou visíveis as esquizofrenias familiares tão comuns nessas paragens – em maior ou menor intensidade.
Moralismo, apadrinhamentos, violência, perturbações, noção de família e seus valores próprios como algo que invade espaços públicos, e a lista vai longe. Mesmo não tendo saído da Remington do dramaturgo, a história toda está carregadíssima de seus indícios.
Além do que, ver Paulo César Peréio todo trabalhado na farda e no coturno é impagável. Generalíssimo, porra! E há esperança pra quem ainda associa Marcos Winter ao Juventino-Pantanal-Juma-Marruá: ele está ótimo como funcionário da Censura Federal. E o resto é pra ser ver.
Vejam aê! Bem bacana.