Deu no Zero Hora/RBS:
Revoltadão-on-line-que-parabeniza já se assanhou e correu pra janela berrando “Nardes Presidente do Brasil!!!”. A imprensa narra, fotografa, sobretudo requenta o blablablá vazio, insinua. Nada de novo no front, seleciona-se o escândalo que convém, determina-se o que deve provocar indignação.
Um dia antes, a Carta Capital voltava a um tema conhecido, desde março, na política canalhice nacional:
Só lembrando, né?
Mas aí, quedêlhe imprensa se rasgando e batendo no peito em nome da ética? Quedêlhe revoltadão-on-line pedindo cabeças? É este o tipo que já tem claque aplaudindo-o como paladino da lisura?
E não, não estou defendendo Dilma Rousseff, o PT e nem o homem do saco. Também não estou na trincheira dos que têm justificado canalhas, afinal, “são os nossos canalhas”. A bosta tá geral e não é só aqui – aproveitando, não, não sou do tipo patriota, não canto hino, detesto símbolos nacionais e nacionalismos de qualquer ordem; o que não significa que eu aplauda o Donald Trump...
Queria mesmo era que o SAC do contexto me explicasse: como lidar?
Mas tá difícil. Pois não bastasse o lixão palaciano que nos atiram diariamente, ainda é preciso desviar da rasteirice intelectual, que produz conexões *maravilhosas* – do tipo invalidar minha opinião por julgá-la tendenciosa, afinal, sou mulher, tenho cabelo curto e a presidenta da República também. Minha amiga Lara deveria ficar de fora igualmente, afinal, seu nome começa com L, exatamente como Lula...
Pensando bem... a imprensona tem sim cumprido seu papel com louvor, tendo em vista seu espaço de manobra e este horizonte de debate.