Milhares vivem essa história aí embaixo há séculos, por causa da pele,
da classe social. Tipo de violência que parece não incomodar, 'não é
comigo'.. Mas ela sempre pode se expandir e atingir os que estão próximos.
Pois a violência uma vez em marcha não para pra perguntar de que família
você é, que igreja você frequenta, em quem você votou. A violência uma
vez em marcha transborda, afoga muitos e respinga em todos, pois o que
aparentar (somente aparentar) 'suspeito', 'desviante', 'divergente' será
atacado. A violência em marcha é paranoica, ignorante, bruta. Tudo pode
ser considerado ameaça. Nunca existe 'quem não deve não teme', pois
qualquer um passa a ser devedor. Pela cor da pele, gênero, orientação,
classe social, mas também porque algum mastodonte não gostou do seu
jeito de falar, andar; porque algum medíocre não gostou da suas
reflexões. Não estou dizendo isso por ser exagerada nem vitimista. Digo
isso como historiadora. Identificar contextos como o atual vai muito
além do 'acho que'. Não é só uma opinião.
sexta-feira, 26 de outubro de 2018
quarta-feira, 24 de outubro de 2018
O maior delírio hoje no Brasil é o da “normalidade” (Eliane Brum)
““Distopia simulada”. Esta foi a expressão usada por Luis Felipe Salomão,
ministro do Superior Tribunal Eleitoral, para justificar a proibição do
programa de Fernando Haddad em que era mostrada a apologia de Jair Bolsonaro
à tortura e aos torturadores. O programa de Haddad, ao mostrar o que
Bolsonaro diz e faz, nas palavras do ministro, “pode criar, na opinião
pública, estados passionais com potencial para incitar comportamentos
violentos”. A questão, para o ministro, não é o que Bolsonaro diz e faz,
mas que as pessoas possam escutar o que ele diz e ver o que ele faz. E
se posicionar a partir do que ele efetivamente diz e faz. Ou seja, se
posicionar a partir da realidade dos fatos.
O problema do ministro é que o eleitor possa pensar algo lógico como:
“Não posso votar num homem que defende a tortura e tem como herói um
torturador que colocava fios desencapados na vagina das mulheres e
depois chamava seus filhos pequenos para ver a mãe nua, urinada e
vomitada”. Não, o ministro entendeu que precisava vetar a realidade
factual para que o eleitor, ao conhecer os fatos, não tenha a estranha
reação de pensar sobre eles.
O risco da violência, para o ministro, estaria naqueles que sentem medo,
não nos que provocam medo. Pensar que o Brasil quase certamente vai
eleger um homem que defende a tortura e tem como herói Carlos Alberto Brilhante Ustra poderia assustar a população. E o ministro acha que não há motivo para a população se assustar.
Vale a autoverdade do ministro,
o que ele escolheu que é real e o que ele escolheu que é “simulado”. A
verdade, assim como a realidade, tornou-se uma escolha pessoal.
Estamos ferrados. Não apenas porque um ministro do TSE diz que é
simulado aquilo que é real, mas porque este tem sido o comportamento de
uma grande parcela das instituições e também da imprensa. Simula-se no
Brasil que a distopia não é real. E se faz isso simulando que esta é uma
eleição “normal”, uma eleição entre dois projetos distintos, mas
igualmente legítimos.
Não é.
Esta é uma eleição em que um candidato, Fernando Haddad, por mais
ressalvas que se possa ter a ele e ao seu partido, tem um projeto
democrático, e o outro candidato, Jair Bolsonaro, nega a democracia.
É estranho disputar uma eleição e ao mesmo tempo negar a democracia? É
estranho. Esta é uma das contradições da democracia, e ela se expressou
diversas vezes ao longo da história e se expressa com muita força nos
dias atuais, com exemplos como Rodrigo Duterte, nas Filipinas, e Recep Tayyip Erdogan, na Turquia.
No Brasil, uma grande parcela daqueles que deveriam servir de
referência, tanto instituições como indivíduos, por várias razões não
têm se mostrado à altura do momento de extrema gravidade vivido pelo
Brasil. Outros preferem não se arriscar à fúria dos apoiadores de
Bolsonaro hoje, à perseguição do homem que terá toda a máquina do Estado
em suas mãos amanhã. Só o farão quando for impossível não fazê-lo, e
com o menor custo possível.
Isso significa que você, nós, estamos por nossa própria conta neste momento.
Por conta das alianças que conseguirmos fazer para resistir ao que virá
e seguir a luta pela democracia. Bolsonaro já disse, no último domingo,
que aqueles que não vivem segundo seus preceitos, “vão pra fora (do
Brasil) ou vão pra cadeia”. Exatamente o que aconteceu na ditadura civil-militar (1964-1985) que ele tanto exalta.
Bolsonaro chama gente como eu e você, que lutamos pelos direitos
humanos, pela igualdade e pelo meio ambiente, de “comunistas”. Como as
palavras se esvaziaram de sentido no Brasil, qualquer coisa, até o meu
abajur, pode ser chamada de “comunista”. O comunismo, que não tem mais
nenhuma relevância no mundo, só sobrevive na boca de gente como
Bolsonaro.
Mas, assim como o ministro pode dizer o que é real e o que é
simulado, Bolsonaro também pode dizer que eu e você somos “comunistas”.
Quem tem o poder e terá o aparato de repressão na mão poderá também
dizer o que somos eu e você. A verdade, num governo autoritário, passa a
ser a daquele que tem a arma na mão e o pau de arara no porão para
impô-la. E, então, como Bolsonaro já anunciou no último domingo: “Esses
marginais vermelhos serão banidos de nossa pátria”. E acrescentou: “Será
uma limpeza nunca vista no Brasil”.
Esta é a candidatura que tem sido tratada como opção democrática —e a eleição que tem sido tratada como “normal”.
É a história se repetindo? É. E também não é.
Porque é a história se repetindo sem precisar botar os tanques na
rua, é a história se repetindo pelo voto da maioria dos eleitores
brasileiros. E, sim, é preciso dizer, pela omissão daqueles que votam
nulo, branco ou se abstêm de votar. Assim, é a história se repetindo de
um jeito muito pior.
Quero dizer claramente que, sim, é preciso ter muito medo. É
mentalmente saudável ter medo quando um homem como Bolsonaro quase
certamente terá o poder no Brasil. A única coisa que está sendo
simulada, neste momento, pela maior parte das instituições e da
imprensa, é a normalidade. Não há nada de normalidade democrática no que
estamos vivendo. Nada. Bolsonaro não é um democrata. Não é preciso que
eu ou outros tantos digam mais uma vez quem ele é. Ele mesmo diz. O
tempo todo. Basta que você escute.
Além do delírio coletivo da normalidade, também é enlouquecedora a
frase recorrente de alguns: “Ah, mas ele não vai fazer isso”. E o “isso”
são todas as atrocidades que ele vem proferindo há anos e também nesta
campanha. Todas as atrocidades que ele disse no último domingo.
Por que Bolsonaro não faria o que diz que fará e não seria o que é? Há
alguma razão lógica para isso? Há algum fragmento de sentido em duvidar
do que ele já avisou que fará, como essa “faxina” no país, tratando uma
parte da população como lixo que deverá ir para o exílio ou será presa?
Entre os tantos absurdos que Bolsonaro falou no último domingo, está o
seguinte: “O Brasil será respeitado lá fora. O Brasil não será mais
motivo de chacota junto ao mundo”. Bolsonaro delira porque sabe que pode
delirar à vontade. Ele sabe que pode criar sua própria verdade.
A imprensa internacional trata Bolsonaro como o horror que ele efetivamente é. O Brasil se tornou o espanto do mundo.
Em qualquer país onde se vá as pessoas perguntam como os brasileiros
são capazes de eleger um homem como Bolsonaro. Nos tornamos uma vergonha
planetária. E, se alguém acha que a crise econômica vai ser resolvida
por um homem com as credenciais de Bolsonaro, não está prestando atenção
nos sinais. Bolsonaro é um constrangimento de proporções continentais.
Não é de hoje que o Brasil parece viver em permanente delírio. Mas,
neste momento, o delírio alcançou uma dimensão sem precedentes. Pessoas
afirmando e escrevendo que não há risco de um governo autoritário?
Colunistas dizendo que as instituições no Brasil são fortes e que o
sistema de pesos e contrapesos vai funcionar? Em que país essas pessoas
vivem?
Não no meu ou no seu. Não no país em que Bolsonaro faz apologia à
tortura e aos torturadores, que diz que vai prender, expulsar e
“limpar”, e nenhuma instituição o impede. Não no país em que Marielle
Franco foi assassinada e onde nenhuma instituição tem força suficiente
para nomear os assassinos e mandantes e julgá-los. Não no país em que o
presidente do Supremo Tribunal Federal, Dias Toffoli, já se submete aos
militares por vontade própria, ao fraudar a história dizendo que a
ditadura não foi ditadura, mas um “movimento”.
A vida do país não se passa em salas protegidas. Apenas a probabilidade de Bolsonaro se eleger já faz vítimas pelo Brasil.
Negros, mulheres, LGBTQ. As minorias, que Bolsonaro diz que tem que se
“se curvar às maiorias ou desaparecer”, têm sido ameaçadas nos espaços
públicos. “Você vai ver depois do dia 28” se vai poder andar assim, se
vestir assim, ser assim... é o tom das ameaças verbais, quando elas não
se tornam também físicas. Há muita gente, neste momento, sem saber como
colocar seu corpo nas ruas do Brasil depois de uma vitória de Bolsonaro.
Com medo. Saudavelmente com medo.
Na Amazônia,
onde tudo acontece primeiro, a violência recrudesceu. Carros dos fiscais
do IBAMA foram queimados, e a ponte da única estrada de acesso por onde
funcionários do ICMBio passariam, durante uma ação de combate ao
desmatamento, foi incendiada. A violência contra os órgãos
governamentais ecoa a declaração de Bolsonaro de que acabaria com “a
indústria de multas”. “Vamos botar um ponto final em todos os ativismos
do Brasil. Vamos tirar o Estado do cangote de quem produz”, prometeu,
referindo-se aos órgãos que protegem o meio ambiente. Intimamente ligado
à bancada ruralista, Bolsonaro já deixou claro que quer abrir a
Amazônia, incluindo as áreas protegidas, para a soja, o boi e a
mineração. Ele tem ainda uma rixa particular com o Ibama, porque foi multado pescando em área proibida, dentro de uma unidade de conservação. E nunca pagou a multa aos cofres públicos.
Não existe risco de horror? O horror já se infiltrou nos ossos do
Brasil. Já estamos vivendo sob o horror, exatamente porque as
instituições são fracas, as autoridades incapazes e a parcela
supostamente mais esclarecida das elites têm preferido acreditar num
delírio de normalidade.
Não é que vai acontecer. Ou que pode acontecer. Já está acontecendo.
A reação da maioria dos candidatos derrotados no primeiro turno é
mais uma mostra da fragilidade da democracia brasileira. Ciro Gomes,
Marina Silva e Geraldo Alckmin envergonharam a si mesmos e traíram a
confiança de seus eleitores. Apoiar o único projeto democrático do
segundo turno deveria ser imperativo ético, não opção. Como políticos e
cidadãos, deveriam estar fazendo campanha desde o dia seguinte ao
primeiro turno, lado a lado. Mágoas, disputas, cálculos, tudo isso
deveria estar adiado diante do risco de Bolsonaro ser eleito no domingo.
Os principais políticos do país, que poderiam e deveriam mostrar
grandeza, se revelaram tragicamente aquém do momento histórico. Fernando Henrique Cardoso
despencou da própria biografia. O Brasil descobriu-se à beira do abismo
sem um único estadista. Não há nem mesmo um político de expressão capaz
de botar as necessidades do país acima das suas. Parecem todos adultos
infantilizados, fantasiando seu rancor e suas picuinhas com palavras
sofisticadas.
O Brasil está vivendo um dos mais graves momentos da sua história.
Jair Bolsonaro é tudo que sabemos que ele é e também um homem incapaz de
se controlar. Este homem que não se controla quase certamente estará no
comando do país. Jair Bolsonaro não consegue se controlar e fingir ser
um democrata nem mesmo na confortável posição de liderar as pesquisas. É
fácil imaginar o que fará com poder presidencial. O próximo presidente
poderá ser um descontrolado cheio de ódio num país já devastado por várias crises.
Jair Bolsonaro será o valentão da escola com um exército e todo o
aparato de repressão, em especial as PMs dos estados, cultuando-o como
um “mito”.
Há algo que o Brasil já perdeu. E que vai custar muito para
recuperar. Com Bolsonaro ou sem Bolsonaro, descobrimos que vivemos num
país em que a maioria dos brasileiros acha possível votar num homem como
Bolsonaro. Sem nenhum drama de consciência, compactuam com todo o ódio
que ele produz, são cúmplices do desejo de exterminar aqueles que são
diferentes, apreciam as ameaças e os arrotos de poder, exaltam a
ignorância e a brutalidade.
É pelo que o Brasil já perdeu que a gravidade deste momento talvez
seja maior do que a que se desenhava no golpe de 1964 e, com o AI-5, em
1968. Desta vez, há um apoio explícito de uma parcela significativa dos
brasileiros ao projeto autoritário. Um apoio explícito pelo voto. Uma
parcela dos seguidores de Bolsonaro já decidiu agradar ao “mito”
perpetrando a violência nas ruas. Claramente estimulados e incitados
pelos seus discursos de ódio e de expulsão de uma parcela da população,
na qual estamos eu e talvez você, decidiram eles mesmos arrebentar e
oprimir. Assim, desta vez, a violência pode vir de qualquer lugar. Até
mesmo do vizinho.
Há algo que o Brasil já perdeu. Mas a eleição ainda não está totalmente perdida.
Quem acompanha meus artigos de opinião sabe o quanto sou crítica ao
governo do PT. Critico o PT desde antes de a maioria criticar o PT. Sem
deixar de reconhecer os acertos, critico o PT por várias razões e porque
cubro, como repórter, o processo da construção da hidrelétrica de Belo Monte,
no rio Xingu, um crime que manchará para sempre as biografias de Lula e
de Dilma Rousseff. E que seguirei documentando. Posso afirmar que fiz
algumas das mais duras críticas ao partido, a Lula e à Dilma Rousseff,
críticas que considero justas e baseadas em fatos checados e apurados.
Tudo o que escrevi nos últimos anos está na internet para quem quiser
ler.
Para mim não é fácil votar no PT. Para mim também não é fácil expor o
meu voto. É a primeira vez que eu o faço publicamente. E o faço porque
compreendo a gravidade deste momento histórico. Faço porque entendo que
este não é um voto para um candidato ou para um partido. Mas sim um voto
contra a opressão, um voto em defesa de tudo aquilo pelo qual lutei a
minha vida inteira, um voto em defesa de todos os princípios que fizeram
de mim uma jornalista.
Em momentos-limite como o que vivemos, cada um de nós precisa fazer
escolhas difíceis, escolhas em que sempre se perde muito. Nasci e cresci
na ditadura que Bolsonaro exalta e iniciei no jornalismo já com a
retomada da democracia. Sempre me perguntei se eu seria capaz de
sustentar os meus princípios, a despeito de todos os riscos, caso o país
pudesse, mais uma vez, ser oprimido por um regime de exceção. Fazia
isso como um exercício mental, mas nunca supus que chegaríamos a este
ponto novamente, e com ainda mais gravidade. Acredito que o fato de ter
conquistado uma voz durante 30 anos de jornalismo me confere uma
responsabilidade. E espero estar à altura desta responsabilidade.
Quem acompanha esta coluna de opinião sabe também que eu costumo
defender que votar em branco, anular o voto ou se abster é posição.
Acredito que o “voto útil” ou o “voto crítico” também nos trouxe até
este momento dramático. Sigo acreditando que anular o voto, votar em
branco ou não votar é posição política legítima quando se trata de dois
projetos dentro da democracia.
Mas tenho convicção de que, neste momento, quando o que está em jogo é
a própria democracia, porque o projeto de Jair Bolsonaro nega os
fundamentos democráticos, votar em branco, anular o voto ou não votar
está fora do campo das possibilidades. Votar em branco, anular o voto ou
deixar de votar não é posição neste momento, mas omissão. E omissão é
um tipo de ação. Neste momento, o pior tipo de ação possível.
Não tenho mais o que dizer a alguém que vota num homem que faz
apologia à tortura e aos torturadores, que incita o ódio e que quer
acabar com uma parte da população brasileira. Minhas palavras nunca
chegarão àqueles que acham possível ter um presidente como Jair
Bolsonaro. Mas talvez minhas palavras possam chegar àqueles que odeiam o
PT. E possam compreender, como eu mesma precisei compreender, que este
não é um voto no PT. E que este voto, mesmo não sendo no candidato e no
partido que desejaríamos, seja talvez o voto mais importante desde que
recuperamos o direito de votar. É um voto pelos princípios da
humanidade, é um voto pela vida dos mais frágeis, é um voto por seguir
existindo neste país.
Eu aprendo com as pessoas que escuto. E escolhi escutar como repórter
as pessoas mais frágeis. E também as pessoas mais frágeis que resistem.
Se para mim era extremamente difícil votar no PT, e não votei no PT no
primeiro turno, como seria para aqueles que tiveram a vida destruída
pela política do PT para a Amazônia?
Perguntei então a três ribeirinhos do Xingu que foram expulsos por
Belo Monte como votariam e como se sentiam a respeito do seu voto. Os
três tiveram suas ilhas ou terras afogadas, dois deles adoeceram
seriamente, um deles teve a casa queimada com tudo dentro, outro não
conseguiu nem mesmo impedir que os ossos do pai fossem submersos e para
sempre desaparecidos, todos perderam a vida que conheciam e amavam,
assim como a própria possibilidade de sobrevivência. De homens e
mulheres da floresta se tornaram pobres urbanos em uma das cidades mais
violentas do Brasil. Tornaram-se refugiados em seu próprio país,
destituídos de tudo, até mesmo da própria identidade.
Os três me disseram, sem hesitação, que votariam contra Bolsonaro.
Eles compreendem que algo maior que a sua própria vida está em jogo. Se
estas pessoas, que perderam tudo por uma obra de Lula e de Dilma, são
capazes de compreender o momento histórico vivido pelo Brasil e superar
todo o seu sofrimento e sua justa revolta para fazer o que é certo,
entendo que eu também posso. E acredito que você também.
É de um deles a frase que me inspira:
— Eu vou votar no PT para que resolvam a merda que fizeram!”
Labels:
#EleNão,
#GolpeERetrocesso,
#HaddadManu13 #Haddad13 #ManuNoJaburu #Caixa2doBolsonaro,
Brum,
Clica aê vai,
Desatenção crônica,
Faixa de Gaza,
fardão & pijama,
Gente Frouxa,
O horror o horror
terça-feira, 23 de outubro de 2018
Dando o prefixo e saindo do ar
Bozonazi concede entrevista monólogo à rádio Guaíba, desde que só fale com
apresentador e que ninguém faça perguntas. Juremir Machado se demite no
ar. Os outros participantes ficam se justificando, contemporizando, "não poderíamos ter
feito diferente", "ele impôs essa condição, o que é que a gente pode
fazer?", "eu preciso do meu emprego, né?", "claro, tu tem toda razão".
Tá. Gente frouxa define.
segunda-feira, 22 de outubro de 2018
O que é fascismo, exatamente?
Labels:
#EleNão,
#GolpeERetrocesso,
#HaddadManu13 #Haddad13 #ManuNoJaburu #Caixa2doBolsonaro,
Chamem Cecilia Giménez!,
Feira de Ciências,
Ouvirundum,
Safatle,
Sensacional,
Tá?
Não, não vai continuar “tudo igual”
Não, não vai continuar “tudo bem”.
🙈
E aquele momento para as notas locais, afinal, é nóis liderando o atraso, com direito ao maior jornal do estado publicando (mais) lixo. Por exemplo, o “principal nome do jornalismo catarinense” (sic, risos) e suas chamadas idôneas e imparciais (sqn)
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh78gnOAqNVMawp9fdyHWsjYISH329fErSUbhcCLzkLPwYwwfL8JVCq6Son69CyDviH35n_uewAG9PpLX0t1CPR0zd7TD-qjJ6qelFP27luK1s9z7H69yTKMqoC4K2P-ui-vWDRd_26Y-o/s640/bozo36.jpg)
O “principal nome” também espalha fêiquinius, pois vale tudo em sua cruzada pela moral, ordem, bons costumes e a toalhinha de crochê sobre o televisor
A contragosto, teve que desmentir (mesmo que dando trucão no título)
E de bônus, momentos do brilhantismo intelectual dos bozinhos – que não são 1 ou 2. Tem que precise esgrimir vários desses, ao vivo e em cores, por dia. É muito cansativo.
🌊☁🔥🌀
E agora, a previsão do tempo:
Labels:
#EleNão,
#HaddadManu13 #Haddad13 #ManuNoJaburu #Caixa2doBolsonaro,
Atolados na Transamazônica,
Beatice,
Clio,
Desatenção crônica,
Direita-miojão,
Erário Eleitoral,
O horror o horror,
Ouvirundum
sábado, 20 de outubro de 2018
Não, você não é elite!
Este vídeo é a cara dos viventes endinheirados neste país,
motorista-cozinheira-férias-em-miami, toscos e violentos. Talhados para
votar no koiso. MASSSSS O PIOR é ouvir esses mesmos comentários dentro do
busão, na farmácia do bairro, no condomínio classe média cheio de taxa
de morador atrasada, na fila do supermercado em dia de promoção, na
compra da brusinha 5x no cartão, na facul onde se negociam as
mensalidades do filho, na nostalgia de antepassados europeus – a maior parte, diga-se de passagem, veio ao Brasil para não morrer de fome ou fugindo de guerras,
perseguições, ou seja, refugiados...
#Haddad13Presidente
#ManuNoJaburu
#Caixa2doBolsonaro
segunda-feira, 15 de outubro de 2018
Trator se preservando nas discussões
Labels:
#EleNão,
#GolpeERetrocesso,
Ágora,
Cassandra reloaded,
Clio,
Erário Eleitoral,
Faixa de Gaza,
Formou o caráter do Trator,
Infame mas irresistível,
Jarília,
Ouvirundum
Magistério desgovernado
Essa aí, olhando para baixo e tentando se equilibrar no salto sou eu, recebendo o diploma do curso Magistério, em 1986 (modelito obrigatório, não fui que escolhi, tá?). Dois anos depois, comecei a dar aulas na periferia de Curitiba. Trabalhei com educação de jovens e adultos. Trabalhei numa escola particular com métodos de ensino modernos e pedagogia progressista. Trabalhei num colégio de irmãs dominicanas, que têm a educação como prioridade. Ensinei em uma faculdade e duas universidades federais. Fui professora de francês e ensinei português a refugiados sírios. Como eu, amigas, amigos e colegas têm trajetórias parecidas. Mas infelizmente, temos que ouvir, há décadas, pessoas que nunca puseram o pé numa escola pública nos ‘ensinarem’ sobre o que é melhor para as escolas, sobre como educar crianças (principalmente as pobres). Nos chamam de ‘mestres’ no dia de hoje, postam flores e poemas, mas no restante, dão joinha para escolas militarizadas, escola sem partido, creem que realmente exista ‘ideologia de gênero’ ou ‘doutrinação comunista’ em sala de aula (queria que me mostrassem onde e quando). Aí, olho para o meu diplominha do Instituto de Educação do Paraná, e lembro de minhas professoras e meus professores, há mais de 30 anos, nos dizendo que não seria fácil, nunca. Porque a briga é contra o obscurantismo, e esse não cede facilmente.
Mas nós também não. Porque que essa luta é que nem flor que vinga em asfalto.
#Haddad13
#EleNão
Labels:
#EleNão,
Cassandra reloaded,
Clio,
Formou o caráter do Trator,
Jarília,
LeitEQuentE,
No meu tempo era tudo mato,
Tá bôua Santa?,
Todo apoio aos professores
sexta-feira, 12 de outubro de 2018
Acordei, o que houve nos últimos séculos?
O momento não é bacana. Nem um pouco. Pois uma coisa é um contexto político partidário corrompido e falido, num país reacionário e injusto, mas que conserva regras democráticas na medida do possível. Outra coisa é um contexto político partidário corrompido e falido, num país reacionário, injusto e ditatorial, eleito. Por mais contraditório que pareça, tem quem panflete pelo fim de uma liberdade possível.
Tudo isso deprime, pois a violência dessas ideias corta a carne, quebra os ossos e os dentes. Vem junto com a cuspida no rosto, o soco no estômago, as doze facadas, a garrafada na cabeça, o tiro. Mas não se trata de novidade despontando indagorinha, né? A diferença é que agora ela vem chancelada, vem com grife identificando a “qualidade do produto” e garantindo a “traçabilidade”.
E parece que tem gente acordando só agora para a arbitrariedade, a violência abençoada por juízes e pastores de almas, a má distribuição da riqueza, o racismo e o machismo estruturais. Parece que só agora isso toma forma porque está próximo, porque ameaça pessoalmente.
Mas antes seria o que, pessoa acordando agora? Questões teóricas? Retóricas? Suficientemente distantes para não tirarem o sono?
Sério, se essas eleições serviram para tirar fascistas do armário, incluindo os domésticos, também serviram para tornar visíveis os bundinhas-no-sofá que, já em idade adulta, parecem reagir ao mundo como se o achocolatado matinal tivesse terminado. Coisa injusta e violenta, né? Oras...
Assinar:
Postagens (Atom)
-
O importante não é saber se eu sou contra, a favor, se faria ou não, se minhas crenças condenam ou aprovam. O que eu penso, individualment...
-
Tem coisas no século 21 que são sensacionais e me fazem lembrar daqueles sonhos infantis, nos quais eu integrava a tripulação da USS Enterpr...