quinta-feira, 4 de fevereiro de 2016

Lembranças nebulosas dos anos 70...

Conversando com minha irmã Izabel, que me pergunta se eu lembrava da dra. Marlene, nossa dentista quando éramos crianças (eu, uns 7 anos; minha irmã, 5). E eu lembrava. Dela, de alguns detalhes do consultório, numa casa antiga, grandes portas que dobravam, chão de madeira. 

Naquela sala de espera, folheei muita revista Manchete, Fatos & Fotos e coisas parecidas. Lembro de ter lido uma entrevista com a Rita Lee; havia uma descrição de sua prisão, por conta de “baganas de maconha”, “tóxico” e outras coisas das quais o significado me escapava. A matéria parecia longa, nebulosa, muito além do que a minha capacidade permitia entender.

Esses elementos todos compunham uma memória bem viva, faziam sentido na minha cabeça. Até minha irmã dizer que a única coisa nítida na lembrança dela era a fisionomia da dentista. Para ela, dra. Marlene era assim:


E aí que meu mundo caiu, né?! Pois nem nas minhas conexões neuronais mais distorcidas eu encontro alguém que pudesse se parecer com a Farrah Fawcett naquele tempo... Como assim? 

As pessoas que eu conheço em geral acham que eu tenho boa memória. Ao que eu sempre respondo que isso é característica da minha irmã, sem discussão.

Por isso, fiquei com uma sensação de ter caído num limbo, pois pra mim, nossa dentista era assim...

... praticamente uma sósia da Shelley Duvall (The shining, Annie Hall)... 


 Tá. Eu fui uma criança míope, muito míope mesmo. 
Mas isso já é ridículo!